segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Política piramidal

Politicamente politizado pela política partidária e politicamente pensado para agir está o ser dos indivíduos activos. Viver politicamente é demarcar a pressão da insensatez de estar parado, de paralisar as atitudes num medo de vergonha intensa.
Estar e ser anónimo é apenas uma forma de vigiar ao longe a vida pessoal e sentida, cortar as relações de um mundo do diz que disse e seguir a proximidade do dia-a-dia com imparcialidade. Discursar, falar, dialogar são coisas diferentes, são formas de estar diferentes e cada momento é propício à alteração comportamental. Ser verdadeiro é fazer isso mesmo. É não misturar alhos com bugalhos, beliscar apenas o quotidiano com suavidade e mesmo assim vencer a batalha, lutar pela guerra e usar armas sem sangue. Porque, no fim, todos temos a ganhar.
Lá do alto vêem aqueles cuja carne já se misturou com o diz que disse. Assim o quiseram, para isso foram concebidos, seja essa concepção interna ou externa. Aqueles que cá em baixo comentam são, no entanto, preponderantes nas cruzadas finais, elementos fundamentais da discussão. Mas acautelem-se, um sistema viciado deixa as decisões finais para os poderosos. Não os políticos sinceros e idealistas, esses são apenas bonecos. O dinheiro é a chave, o poder e a influência são a mão que agarra a chave e a faz rodar no sentido dos ponteiros do relógio e abre a porta do interesse, seja ele comum ou individual. Vulgarmente, chamam-lhe corrupção! E essa caminha no escuro. Resta-nos sermos candeeiros dos caminhos, não permitir que as luzes se apaguem.